por Silvia Leticia Agostini de Pinho Cândido

 

As empresas listradas nos níveis 1, 2 e do Novo Mercado – empresas que participam do mais alto nível de Governança Corporativa da bolsa brasileira, renovaram os membros de seus conselheiros de administração entre 2018 e 2019.

 

Era muito comum os membros permanecerem nas cadeiras por longos anos a fio. Contudo, a taxa de renovação dobrou de 10% para 20%. Pode parecer pouco, mas demonstra um avanço significativo. As empresas buscam diversidade de competência nos conselhos de administração, e por isso gente nova.

 

Um reflexo dessa renovação é a maior busca por conselheiros independentes, influenciada pela Lei de Responsabilidade das Estatais, que exige no mínimo 25% destes membros.

 

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, o conselheiro independente caracteriza-se principalmente por:

 

• Não ter qualquer vínculo com a organização;
• Não estar vinculado por acordo de acionistas;
• Não ter sido empregado ou diretor da organização ou de suas subsidiárias, há pelo menos, 3 anos;
• Não estar fornecendo, comprando ou oferecendo direta ou indiretamente, serviços e/ou produtos à organização em escala relevante para o conselheiro ou a organização;
• Não ser cônjuge ou parente até segundo grau de algum diretor ou gerente da organização;
• Não ter sido sócio, nos últimos 3 anos, de firma de auditoria que audite ou tenha auditado a organização neste mesmo período;
• Não ser membro de entidade sem-fins lucrativos que receba recursos financeiros significativos da organização ou de suas partes relacionadas;
• Manter-se independente em relação ao CEO;
• Não depender financeiramente da remuneração da organização.

 

A principal função do conselheiro independente é proporcionar um monitoramento com olhar externo à empresa, visado o melhor para a organização, sem nenhuma interferência e/ou interesse colateral.

 

Além disso, atualmente espera-se maior interação e atuação dos conselheiros, assim, esse posto tornou-se quase um caminho natural para os executivos de carreira experientes.

 

Outra notícia muito boa é a presença feminina histórica. Pela primeira vez no Brasil, mais da metade das empresas abertas tem pelo menos uma mulher no conselho de administração.

 

Embora tenha melhorado a presença feminina, estamos muito atrás das estatísticas mundiais. Nos Estados Unidos 40% das novas contratações para conselheiros são mulheres, no Brasil não passam de 14%, e se excluídas as posições de suplentes e acionistas, essa taxa diminui para aproximadamente 6%.

 

Novos ares estão surgindo, as empresas no Brasil começam a buscar as mulheres para a composição dos conselhos. Com a necessidade de renovação e diversidade espera-se que a presença feminina seja ampliada nos conselhos de administração, pois hoje o mercado conta com profissionais muito competentes e capacitadas.

 

Para mais informações, acesse: https://basda.blog.br.